Domingo passado, voltando de Hurlingham com o boy (cidade
onde vive minha suegra) decidimos finalmente passar pelo cemitério da
Chacarita, aproveitando que fica ao lado da estação de trem Federico Lacroze,
onde descemos. Eu sempre quis conhecê-lo, não só porque aquela entrada
imponente me enchia os olhos sempre que passava por ali, mas porque é onde está
Gustavo Cerati – além de outras personalidades que não foram ao badalado
cemitério da Recoleta.
Os portões fechavam às 17h e entramos às 16h20 (sem
analogias). Já nos primeiro metros percorridos nos demos conta que possivelmente
não encontraríamos o túmulo de Gustavo até a hora de fechar e passaríamos a
noite em cima de alguma tumba. O lugar é realmente enorme. O cemitério da
Recoleta é brincadeira de criança perto desse. E digo mais, é tão interessante
quanto o outro.
Tínhamos uma ideia bastante vaga de onde era, mas bem vaga
mesmo. Na verdade só sabíamos que era uma gaveta e que não ficava ao ar livre.
Depois de percorremos alguns túmulos e chegar a um lugar que poderia ser, apesar
de feio e mal cuidado, decidimos perguntar. Não era ali, obviamente. Ficava do
outro lado. Mas lá fomos nós, com uma chocotorta na mochila.
Eram 16h39 quando finalmente achamos o lugar. Um prédio de
dois andares com aroma de rosas, piso brilhante, flores, muitas flores,
centenas de túmulos-gavetas e um cartazinho dizendo que às 16h45 é ativado o
alarme. Percorremos o primeiro andar, nada de Cerati. As 16:42 perguntamos a um
guarda onde ficava o tumulo. Muito simpático e atencioso nos explicou que
ficava no segundo andar. “Está cheio de flores, não tem erro. Mas vão rápido porque
já vamos ativar o alarme”, disse. Agradecemos e subimos as escadas feito dois
loucos.
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Infinito. |
A maioria das gavetas
tinha flores, mas a de Cerati tinha mais. Era seu aniversario dois dias antes e
ele deve ter recebido algumas visitas pela data. E então estávamos ali, o mais
perto de Gustavo que poderíamos chegar. O túmulo é meio sem graça, mas os
restos deste ser absolutamente genial estavam aí. Eu nunca tinha chegado tão
perto de um ídolo tão grande. E nunca foi tão triste.
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