jueves, 3 de octubre de 2019

Buenos Aires vs. New York

Durante as duas semanas em que estive em Nova York foi meio inevitável fazer comparações com Buenos Aires, cidade que há 4 anos e meio escolhi para viver. Assim como fiquei muito tempo comparando Buenos Aires com Florianópolis (ora, vejam só que estupidez) quando cheguei aqui. De todas as comparações, as que listo abaixo para mim são as mais significativas. E não, não voltei para Buenos Aires querendo desesperadamente morar em NY (só iria se fosse rica e pudesse morar em um loft em Williamsburg, como não é o caso, fico aqui por Belgrano mesmo).

 Se celular está a salvo 
 Em NY não existe essa preocupação constante de que a qualquer momento alguém vai arrancar o celular da sua mão e sair correndo. Esse tipo de roubo, que já faz parte da rotina dos portenhos, não é tão comum por lá. Todos andam com celular na mão, no bolso de trás, deixam em cima da mesa do restaurante, no assento do metrô e quase ninguém usa a mochila pra frente, cena corriqueira nas ruas de Buenos Aires, onde todo mundo tem uma história para contar sobre o dia em que foram roubados.

New yorkers folgados 
 No metrô de lá é comum ver gente com as pernas esticadas ou apoiando mochilas em assentos vazios enquanto tem gente de pé. Por outro lado, se você está sentado e a pontinha do casaco ou a alça da sua bolsa sem querer ocupa alguns poucos centímetros do assento ao lado, a pessoa que quer sentar vai resmungar para que você remova aquilo dali imediatamente. Os portenhos também podem ser seres horríveis quando querem, mas nesse sentido ao menos são mais educados.

 Só mais um na multidão
 Na maior parte de NY, principalmente em Manhattan, ninguém presta atenção em você. Ninguém se importa com o que você está vestindo, como está seu cabelo ou se você está muito gordo, e isso faz com que as pessoas se preocupem menos com a sua aparência. É comum ver gente ir ao supermercado de pijama, ir a escola de chinelo com meia, usar uma meia de cada cor, tops que mais parecem sutiãs e desfilar de gótico trevoso num calor de 32 graus. Quando você entra no metrô absolutamente ninguém te olha. Em Buenos Aires é mais comum que as pessoas deem uma checada no seu look antes de seguir com a suas vidas.

 Banheiros impolutos 
 Nem nos meus piores pesadelos eu arriscaria ir a um banheiro em um parque de Buenos Aires, se o do The Roxy já não tem assentos nem papel higiênico e está sempre molhado e sujo, imagina um público. Na verdade, acho que ainda se eu quisesse nem poderia, não lembro de ter visto banheiro em algum parque daqui. Em NY eu não tinha muitas opções, estava o dia inteiro na rua e numa dessas respirei fundo e arrisquei ir ao banheiro do Washington Square Park. Para minha surpresa, estava limpo, tinha papel, assentos impecáveis, e descarga automática. No dia seguinte, já sem medo, fui ao banheiro do Bryant Park e, além de todas as benesses do banheiro anterior, nesse também tinha protetor plástico de assento automático. Esqueci meus óculos escuros ali e voltei 10 minutos depois sem esperança de encontrá-lo, mas estava em uma mesinha me esperando. Ah, eram grátis. 

Washington Square Park, excelentes banheiros

Sobrepreço é elogio 
Todo mundo sabe que NY é uma das cidades mais caras do mundo e que quem converte não se diverte, mas ainda assim fiquei impressionada com alguns preços praticados na cidade. Óbvio que muitas coisas são mais caras em zonas turísticas, mas não pude conter o espanto ao pagar 4 dólares por um hot dog no Central Park, 10 dólares por uma salada horrorosa em Rockaway Beach e 19 dólares em um drink. Se “dolarizarmos” o peso argentino um hot dog em qualquer zona turística sai menos de 1 dólar, uma salada num lugar cool não sai mais que 5, mesmo preço de um bom trago em um bar de Palermo.

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