sábado, 13 de maio de 2023

Crise dos trinta e poucos

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Ainda tem um pouco de tinta rosa no meu cabelo. Não sei o que fazer para tirar isso. Quer dizer, já deu, já perdi a vontade de ter cabelo colorido. Quando eu tinha acabado de tingir, a cada lavagem baixava vários tons, mas agora ficou aí. Não é feio nem nada, mas quero voltar ao meu loiro manteiga.

Por que pintei meu cabelo de rosa a essa altura da vida? 

Sei lá. Eu andava por aí dizendo que era a crise dos 30 e poucos. Deve ser.

Eu tive cabelo rosa aos 16. Todo rosa, da raiz às pontas, não como agora, que só pintei uma parte dele. A parte que o colorista tinha deixado loiro manteiga - segundo suas próprias palavras - em novembro do ano passado, quando sentei na cadeira do seu salão e pedi uma balayagem loira, bem bem loira.

Eu gostei do que ele fez, mas por alguma razão naquele mesmo dia me olhei no espelho e pensei “hmmm olha esse cabelo tão clarinho, imagina uma tintinha rosa”. Então, no mês seguinte, passando na frente das várias perfumarias da Avenida Brasil, em Balneário Camboriú, entrei em uma e comprei a tintura. Porém, foi apenas na primeira semana de abril que reuni a vontade necessária para finalmente usá-la. 

Admito que no começo não gostei muito do resultado. Aparentemente quando você fica mais velha não tem mais aquela predisposição de parecer estranha e chamativa. Bom, pelo menos não tenho mais.

Eu não quero ninguém olhando para mim em nenhum lugar. Mas então por que raios pintei o cabelo de rosa?

Não querer que ninguém me olhasse estranho inclusive foi a razão pela qual tingi tudo de preto aos 16 anos, depois de ter ficado absolutamente idêntica à Stephanie de LazyTown por três meses. Desta vez não durou nem um. 

Agora ninguém mais olha para mim, mas dá para perceber que nesta cabeça houve uma tentativa efêmera de parecer esquisita.

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